quarta-feira, 28 de março de 2012

Cães policiais de Caxias do Sul recebem coletes à prova de balas.


Proteção custa o dobro de uma normal usada pelo homem. Não foi usada verba pública na aquisição dos equipamentos.




Cães da Brigada Militar de Caxias do Sul agora são protegidos por colete à prova de balas (Foto: Reprodução/RBS TV)


A Brigada Militar de Caxias do Sul recebeu um importante reforço nesta quarta-feira (21). A partir de hoje, os cães que participam das operações junto com os policiais da cidade usarão coletes à prova de balas.
A proteção para os animais pesa cerca de três quilos e é ajustável ao tamanho do cachorro. A fibra é concentrada no peitoral e na coluna do animal. Cada colete tem um custo de R$ 700, o dobro do valor de um que é usado por homens.
"Recebemos sete coletes nesta quarta-feira. Normalmente as operações não ultrapassam o uso de sete animais ao mesmo tempo. Podemos usá-los em jogos de futebol, na procura de criminosos em matos e revistas penitenciárias", disse o Major Emerson Riba, comandante do 12º Batalhão da Polícia Militar de Caxias do Sul.
Não foram usadas verbas públicas nas aquisições dos coletes. Um deles foi doado pelo próprio fabricante, três foram pagos por uma empresa que fabrica ração e os outros três foram adquiridos com recursos que vieram do pagamento de multas ambientais.
A Brigada Militar do Rio Grande do Sul contava apenas com um colete à prova de balas para animais, que está sendo usado pelo batalhão de Porto Alegre.


“Gateiros e cachorreiros. Eita raça!”


Ambientalista responde aos protestos - “Gateiros e cachorreiros. Eita raça!”

05 de outubro de 2011 às 18:06



Protetores de animais: amor de animal não tem preço.
Foto: Divulgação/ Estadão


Nirley Araújo
nirleysa@gmail.com


Lembram-se do ambientalista Dener Giovanni, que comentou sobre cães e gatos como sendo espécies invasoras e por isso precisarem ser sacrificados? Pois bem, em função da enxurrada de emails recebidos por protetores e ativistas, em protesto ao artigo, ele publicou uma resposta. Segue abaixo:


Por Dener Giovanni (Estadão)
Normalmente não comento sobre as manifestações dos leitores. As razões são várias. Vão desde a impossibilidade de responder pessoalmente a todas as mensagens – que são muitas – até a precaução no sentido de manter um espaço absolutamente democrático para que cada um se manifeste livremente, sem correr o risco de ter sua opinião censurada ou questionada.
Porém, dessa vez decidi tecer mais alguns comentários a respeito da nota sobre a Consulta Pública da Secretaria de Estado de Meio Ambiente do Rio de Janeiro, que irá publicar uma Lista Oficial de Espécies Invasoras.
O que me motiva a escrever agora foi a enorme repercussão que a nota alcançou. Foram quase 6 mil recomendações no Facebook, mais de 150 comentários de leitores e quase 200 réplicas no Twitter.
Poucas vezes vi na internet um número tão grande de pessoas se manifestando a respeito de uma notícia. No caso da nota sobre as espécies invasoras, tamanho alcance deve-se principalmente ao enorme poder de mobilização que os protetores de animais domésticos possuem. Eles são conhecidos popularmente como gateiros e cachorreiros. São pessoas que dedicam grande parte do seu tempo a causa da proteção dos animais domésticos.
Essas pessoas são capazes de sacrifícios imensos para defender aquilo que elas acreditam. Não existe no mundo – e digo sem medo de errar – nenhum outro movimento em que seus membros se envolvam tanto com a causa que abraçam. Nenhum grupo político ou religioso possui integrantes dispostos a tanto sacrifício pessoal como é o caso dos gateiros e cachorreiros. Nenhum grupo social tem uma capacidade de mobilização tão forte quanto eles. É impressionante.
A sorte de quem maltrata animais é que esse imenso grupo de protetores ainda desconhece o poder que tem. Pois no dia que eles se organizarem e passarem a ter estratégias claras de atuação, o mundo político irá tremer.
Os protetores de animais podem arruinar uma carreira política. Podem condenar um produto ao fracasso e, até, causar enormes prejuízos à empresas que insistem em ignorá-los. Uma grande parte desse grupo de ativistas é formada por donas de casa. São mulheres que decidem o que comprar em seu lar e que, com o poder de mães, esposas e filhas, conseguem mudar a opinião – e o voto – da família.
Para a felicidade daqueles que ignoram os apelos desse grupo, o movimento ainda não é organizado. Não existem lideranças nacionais com capacidade de mobilizar e de conduzir uma ação uniforme em território nacional. No dia que isso acontecer, senadores da República e até candidatos a presidente do país terão que estender tapetes vermelhos para eles.
O mais impressionante nesse grupo, além do grande poder de mobilização, é outra característica muito singular: grana. Ou melhor, a falta dela. Em 25 anos de lida diária na causa ambiental, nunca vi um “movimento social” trabalhar sem ganhar. Pelo contrário. Penso que os protetores de animais é o único grupo que tira do próprio bolso o financiamento para as suas causas. Eles não são empregados em ONGs, não recebem bons salários, como a grande parte dos ambientalistas profissionais, não dispõe de financiamento público e muito menos recebem emendas de parlamentares. O dinheiro deles vem das “vaquinhas”, das “rifas” e dos trocados que conseguem juntar impondo-se algum sacrifício pessoal.
Não existem estatísticas que mostram quantos eles são. E muito menos existem dados oficiais sobre quem eles são.
Mas uma boa dica para identificar um potencial protetor é reparar em alguns dos seus hábitos mais comuns: possuem animais domésticos, provavelmente mais de um. Nas redes sociais, seus álbuns de fotos sempre possuem a foto de um gatinho, de um cachorrinho, ao lado das imagens de suas famílias. Nas ruas, seu animal de estimação está quase sempre no colo, ou, se for grande, sempre ostentará um pelo brilhoso ou uma coleira da moda. Para esse grupo, não existe diferença social entre os animais. Os de “raça” e os “vira-latas” são iguais, nem mais, nem menos.
A eles, os protetores e protetoras do Brasil, dedico minha inteira admiração e agradeço imensamente as lições de amor e respeito à vida, que muitas vezes nos faltam quando somos absorvidos pelos debates “técnicos” em nossa luta ambiental.
Obrigado.

* Dener Giovanini é ambientalista e documentarista cinematográfico. É membro do Conselho Global contra o Comércio Ilegal Mundial, mantido pelo G20 e ONU. Produz séries e documentários para cinema e TV. www.denergiovanini.com.br

(Fonte: Estadão)