sexta-feira, 20 de abril de 2012

Atriz peruana critica intelectuais que se posicionam a favor das touradas

Falta de compaixão - 20 de abril de 2012 às 6:00

Por Regina Toledo (da Redação ANDA)

Atriz Magaly Solier critica intelectuais sem compaixão pelos animais (Foto: Reprodução/SienteMag)

A bela atriz peruana, Magaly Solier, famosa pelos filmes “A teta assustada” e “Madeinusa”, rechaça manifesto taurino,que pretende justificar as abomináveis touradas por um grupo de pessoas, entre os quais, Mario Vargas Llosa-Premio Nobel de Literatura.
Magaly Solier afirmou que não considera este espetáculo uma arte de forma alguma, pois além de agredir às crianças psicologicamente, trata-se de um ser vivo que não pode se defender.
Além disso, recorda-se que quando tinha 15 anos, presenciou uma tourada, a qual qualificou como a pior experiencia de sua juventude. Magaly teve um touro quando era criança, chamado “Usacachu” e brincava com ele.
E desafia “ para os intelectuais, artitas…que defendem essa selvageria…com todo respeito, só peço à eles que por um momento pensem como o touro. Melhor :escutem um touro cantar.”
O cantor Salim Vera, líder da popular banda de rock Libido, assim que soube do manifesto se pronunciou : “É fácil falar idiotices com a estória de tradição como justificativa de assassinato de animais. Coesão ? Integração ? Cultura ?
Não, obrigado.Eu não preciso assassinar para me sentir integrado socialmente, nem culturalmente.” César Hildebrandt, um dos jornalistas mais influentes no Peru, escreveu :” É um vício sangrento que permite aos “intelectuais” escrever sobre como cortam o touro lentamente e dizer que é arte, heroísmo e todas as coisas estúpidas que querem escrever.”
Mario Vargas Llosa e seus colegas, Alfredo Bryce Echenique(escritor), Diego Garcia(presidente da Corte Interamericana de Direitos Humanos), Francisco Lombardi(cineasta), Ricardo Morales Basadre(sacerdote jesuíta, educador, presidente do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação Peruana) estão entre os que querem manter a tourada como tradição.
Vargas Llosa disse que as touradas não generam violencia, nem dentro , nem fora da arena, mas que fomentam valores e capacidades humanas, tais como, valentia, heroísmo e superação ante as adversidades.
O educador jesuíta Morales Basadre declarou que a tourada é uma bela coreografia em torno do jogo homem e touro, que se aprecia estéticamente. O boxe é mais violento. A tourada faz parte do acervo cultural popular e que de forma alguma afeta negativamente uma criança.
César Hildebrandt rebateu : Este não é um sacerdote qualquer, é um educador. Que conceito tem ele sobre a compaixão cristã ? E a Inquisição ? Que sabe ele de São Francisco de Assis, Papa Pio V, Papa Clemente VIII, etc ?
A polêmica cresceu depois que houve uma Conferencia sobre a “Proteção à Infancia, aos Animais e à Sociedade”, em março, em Lima para advogados, professores,e ao público em geral.
A expositora foi a espanhola Anna Mulá Arribas, que entre muitos outros títulos, foi porta voz da Comissão Promotora da Legislação Popular de Catalão, com a Lei que proibiu as touradas em Catalão.

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