quinta-feira, 12 de abril de 2012

Cidade do México estuda proibir as touradas

Perto do fim - 12 de abril de 2012 às 16:00

Animal agoniza durante espetáculo cruel (Foto: s/c)

Defensores e detratores das touradas travam na capital mexicana sua última batalha, depois que uma comissão da Assembleia Legislativa da cidade aprovou uma votação sobre a proibição deste cruel espetáculo.
Inaugurada no dia 5 de fevereiro de 1946, esta colossal construção é o símbolo mais representativo do enraizado fervor pelas touradas no país, onde calcula-se que existem 22 escolas de toureio.
Em março uma comissão da Assembleia Legislativa da Cidade do México aprovou um projeto de lei que proíbe as touradas nesta cidade, com três votos a favor e duas abstenções.
A iniciativa, que deverá ser levada ao plenário da Assembleia antes que conclua o atual período de sessões, no próximo dia 30 de abril, pretende modificar o artigo 42 da lei para a realização de espetáculos públicos.
Juan Castañeda, o promotor da Monumental Plaza México, insistiu que não se trata de um espetáculo violento que possa causar problemas de agressividade em seus espectadores. “Até agora não houve nenhum toureiro que, por dedicar-se a isso, tenha matado alguém”, comentou. “Afinal de contas, quem gostar pode vir; quem não gostar, não precisa sair de casa”, sugeriu Castañeda, completamente alheio ao sofrimento imposto aos animais para a realização das touradas.
Opinião bem diferente da responsável de ecologia do Partido Verde Ecologista do México (PVEM), Mariana Boy, que considera que, além dos maus-tratos aos animais, as touradas devem ser proibidas por suas consequências sociais e psicológicas.
“Está comprovado que o fato de ser espectador deste tipo de eventos insensibiliza as pessoas em termos de maus-tratos aos animais e também se tornam mais propensas a estarem em situação de maus-tratos infantil ou de gênero”, declarou.
O partido de Mariana Boy é um dos impulsores da proibição das touradas, junto a membros do Partido da Revolução Democrática (PRD) e do Partido Revolucionário Institucional (PRI); mas o tema causa tanta controvérsia que também existem divergências internas.
Durante décadas, o México foi berço do toureio espanhol, um lugar aonde chegavam jovens toureiros que por serem menores de 16 anos não podiam atuar na Espanha. Um deles, Julián López, mais conhecido como “El Juli”, reconhece o México como “sua segunda casa”.
O debate sobre a proibição ou não das touradas no México não é novo, como lembrou a ex-diretora do emblemático zoológico de Chapultepec, María Elena Hoyo.
Desde os anos 70, María Elena combate as touradas pois afirma que se trata de um espetáculo “primitivo” e “selvagem”, que só é permitido em oito países e que, segundo sua opinião, está com os dias contados.
“Sinto que os jovens hoje em dia desprezam esse tipo de espetáculo e respondem a isso com sua ausência nas touradas. É uma tradição que já tem os dias contados, vai morrer de inanição”, previu.

Com informações do Terra

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