segunda-feira, 9 de abril de 2012

Mais um porto espanhol passará a exportar animais vivos

Escravidão e tortura - 09 de abril de 2012 às 6:00

Por Graziella Belliato (da Redação ANDA)

Foto: Reprodução/Igualdad Animal

O porto de Tarragona iniciará, em breve, a exportação de gado vivo para países como Marrocos, Argélia, Líbano, Líbia, Egito e Turquia assim que receber a autorização oficial do Ministério da Agricultura, Alimentação e Meio Ambiente e tão logo fiquem prontas as instalações necessárias para transportar gado seguindo as normas de “bem-estar” animal. As informações são do site Igualdad Animal.
O porto de Tarragona se tornará, com este projeto, o segundo porto espanhol autorizado a exportar gado, competindo diretamente com o porto de Cartagena (Murcia) – único até o momento a exportar animais vivos. O porto de Cartagena é responsável pelo envio de 10% do gado criado em território espanhol, conseguindo, com a exportação, manter estável o preço da carne mesmo depois da queda nas vendas. Durante o ano de 2011, o porto realizou a exportação de cerca de 33.000 animais e a expectativa de exportação do porto de Cartagena para o ano de 2012 é de 80.000 indivíduos.
A queda no consumo de carne nos últimos anos acarretou grande perda para o setor pecuário, que vê na exportação de animais uma saída eficaz e rentável para seu excesso de produção. Em vez de reduzir o número de animais explorados, essas empresas mantêm os números de “produção” e encontram saídas para não terem perdas.
A Espanha, não apenas exporta animais e seus derivados, como também os importa. Assim, desde que a nova resolução europeia de “bem-estar” animal para galinhas poedeiras entrou em vigor, no início do ano, a subida de preço dos ovos “nacionais” acarretou no aumento da importação de ovos de países como Marrocos, onde as galinhas são exploradas, exatamente da forma como a União Europeia considera inaceitável, segundo sua resolução.
Tem sentido, portanto, todo este interesse em regular a forma como são explorados os animais em um determinado lugar? Tem sentido que, tanto o porto de Tarragona como o de Murcia se orgulhem de cumprir com todas as normas de “bem-estar” animal para o transporte, enquanto os animais são levados a lugares nos quais sua matança, por exemplo, não cumpre as exigências europeias?

Foto: Reprodução/IgualdadAnimal

Todas essas tentativas de conceder um “tratamento humanitário” a seres que, desde seu nascimento, estão condenados à exploração e à morte, são uma amostra de que, na realidade, reconhecemos que os demais animais sentem e possuem interesses. Consideramos que é preciso não lhes causar “mal desnecessário”. No entanto, apesar dessa premissa, a humanidade não quer encarar um desafio cada vez mais óbvio: admitir de uma vez por todas que escravizar e matar animais para nosso usufruto é errado e injusto.

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