domingo, 1 de abril de 2012

Violência na moda: Grife Animale lança coletes de pele de animais

ANDA - Inconsciência e crueldade - 01 de abril de 2012 às 6:00
Por Robson Fernando de Souza (da Redação)

A moda vem abandonado, seja por motivos éticos, seja por pressão da opinião pública, o uso de peles naturais – e, em alguns casos, também as sintéticas. Mas algumas grifes insistem em tratar peles arrancadas de animais em sofrimento como um motivo de beleza. É o caso da grife Animale, quelançou neste mês uma coleção de coletes de pele.


Modelos usando coletes de pele natural da Animale. Foto: Reprodução/Animale

Em sua página, a Animale afirma que as russas, ditas como usuárias assíduas de casacos de pele, “enfrentam oito meses de um inverno rigoroso com muito estilo e charme”. Revela também que “diferentes tipos de pele” são usados na coleção, não revelando porém de quais animais.
É cada vez mais difícil evitar pensar, ao ver grifes lançando roupas de pele natural e pessoas usando-as, nas imagens de animais aprisionados em fur farms (fazendas de pele) e sendo atordoados às pauladas e esfolados vivos. Tal pensamento vem não só aos vegetarianos e veganos, mas também a toda aquela pessoa que vem se conscientizando da violência contra animais que caracteriza a indústria das peles.


Os animais são eletrocutados, asfixiados, envenenados, espancados até a morte ou estrangulados para virarem roupas e acessórios. Foto: divulgação 


Chega a hora de mais uma mobilização da opinião pública, contra a continuidade da exploração e assassinato de animais para fins tão supérfluos como “estar na moda” – se bem que há muito o uso de peles de animais não é mais uma moda, no sentido de tendência. É possível enviar protestos na caixa de comentários da página dos coletes de pele e também por via do Twitter.
A presidente da ONG Anti-fur Society dos Estados Unidos, Rosa Close, questionada sobre a atitude da marca Animale, que usa peles de animais em suas coleções, enviou à ANDA um depoimento sobre a indústria e o comércio cruel de peles.
“Estamos no terceiro milênio, muitos seres humanos já evoluíram e aprenderam a respeitar todas as formas de vida neste planeta. No entanto, a indústria de peles continua fazendo o impossível para empurrar seus produtos inescrupulosos para um público que, na maioria das vezes, nem imagina que está colaborando com imensas atrocidades. A indústria de peles, além de cruel é absolutamente supérflua, serve apenas para satisfazer a ganância de empresários e a vaidade inconsciente de alguns consumidores. Não existe desculpa para o uso de peles, principalmente porque temos as sintéticas, que são belas e difíceis de distinguir se são falsas ou verdadeiras. Comercializar roupas de peles em um país tropical? Isto deveria ser impensável. Além do lado desumano dessa indústria, ainda temos a poluicao que ela insiste em esconder sob o slogan “Fur is Green (Pele é Ecológica)”. Pele é ecológica apenas se estiver nos corpos dos animais, caso contrário, a poluicao causada por essa indústria é arrasadora. As fazendas de peles produzem mundialmente incontáveis toneladas de fezes e urina que acabam infiltrando e contaminado lençóis freáticos, rios, córregos, todo o sistema aquífero. Sem falar nos corpos e sangue dos animais que são descartados. E os produtos químicos altamente danosos utilizados para preservar a pele? São inúmeros químicos poluentes, sem os quais as peles apodreceriam como uma carne qualquer. Mas nada disso se compara ao terrível sofrimento dos animais que até se depararem com mortes monstruosas, vivem em gaiolas pequeninas e fétidas, onde muitos enlouquecem, e se canibalizam. É vergonhoso que qualquer comerciante que se preze, rebaixe-se moralmente ao ponto de promover uma moda cruel e antiética, que na verdade deixam as pessoas esquisitamente parecidas com cabide de defuntos. Esses empresários precisam se conscientizar de que a compaixão sempre esta em moda, a crueldade não”, explicou Rosa Close.

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