quinta-feira, 26 de abril de 2012

Cão baleado 3 vezes por agente penitenciário morre

Quinta-feira, 26 de abril de 2012 às 13:30

Suspeito teria atirado três vezes - cabeça, costa e pata - contra o cachorro que estava na calçada da sua casa 


Por: Luciana Félix da Agência Anhanguera


O cachorro ferido com três tiros por um agente penitenciário há 11 dias em Hortolândia morreu nesta quarta-feira (25) em um hospital veterinário, em Campinas.
O animal piorou durante a madrugada passada e não resistiu a gravidade dos ferimentos. Ele foi atingido na cabeça, costela e pata traseira. O cão também foi, segundo testemunhas, arrastado pelo carro guiado pelo agente por dois quarteirões e jogado no quintal de uma casa.
O caso está sendo investigado pelo 1º Distrito Policial de Hortolândia que abriu inquérito. O agente penitenciário Ricardo Augusto Teixeira dos Santos está sendo acusado de maus-tratos contra animal, disparo com arma de fogo em via pública e ameaça a testemunha - após o crime ele teria ameaçado vizinhos que assistiram os maus-tratos.
A arma usada na violência - uma pistola 380 - foi recolhida pela polícia com o acusado e nesta quinta-feira (26) integrantes da União Protetora dos Animais (UPA) levarão até a delegacia as balas extraídas do corpo do animal.
Santos cometeu a violência em frente a casa onde mora no Jardim Nossa Senhora de Fátima e se mudou esta semana do local, porém continua trabalhando no Complexo Penitenciário Campinas-Hortolândia.
A Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) informou que a direção da unidade penal onde o acusado trabalha abriu sindicância para apurar os fatos. Ele corre risco de ser afastado e exonerado do cargo.
O caso aconteceu na noite de sábado, dia 14 de abril, por volta das 23h, na Rua Orlando de Souza Fernandes. Testemunhas disseram à polícia que Santos chegou em sua casa e, antes de entrar, viu o animal deitado na calçada em frente a sua casa. 'Ele simplesmente foi até o animal e fez dois disparos. Depois disso puxou o cão, entrou no carro e arrastou por duas quadras e jogou no quintal de uma casa.
Lá ele deu outro tiro no animal', contou uma das vizinhas que presenciou a violência que pediu para não ser identificada. 'Não teve motivo grave, a cachorra dele estava no cio e ele simplesmente atirou no cão que não estava no portão dele'. 'Não moro lá, estava na casa de parentes, mas foi assustador. As pessoas correram dele pois ele ameaçava todo mundo. Como pode fazer isso com um animal indefeso. Esse homem é doente' , disse outra mulher.
A vizinha que fez o boletim de ocorrência contra o acusado, N.L., afirmou que ao atirar no cachorro ele disse que iria levar o cachorro de lá para ninguém acusá-lo. 'Quando voltou disse que podia denunciar se eu encontrasse o cachorro, puro descado. Fomos atrás para ver o que ele tinha feito e chamamos a polícia', disse a mulher.
'Durante o depoimento ele afirmou que atropelou o cachorro e depois atirou para o animal não sofrer. Porém, nenhuma testemunha confirmou essa versão. Pelo contrário, todas relataram a ação fria e descabida de Santos. O inquérito vai continuar e as medidas cabíveis serão realizadas. O caso assustou todo o município. Ele foi muito cruel e com a morte do animal a situação dele piorou', afirmou o delegado responsável pelo caso, Fernando Bueno.

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